“O nosso amor a gente inventa, pra se distrair...”

Sempre penso e analiso as reais necessidades de um ser-humano. Comer, dormir, respirar, etc. E parece que estar apaixonado se tornou uma delas.

Na edição da revista Época do dia 12/01, uma antropóloga chamada Helen Fisher, especialista em cérebros apaixonados, afirmou que a necessidade que algumas pessoas tem de se sentirem apaixonadas assemelha-se a de um viciado por cocaína. E essa mesma vontade precisa se renovar a cada espaço de tempo. Segue um trecho:

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ÉPOCA: Por que a paixão é um vício?

HELEN FISHER: "Quando eu e meus colegas colocamos 32 pessoas que estavam muito apaixonadas em um equipamento de ressonância magnética, nós descobrimos atividade cerebral em uma região que também se torna ativa quando você sente o ”barato" da cocaína. A coca ativa alguns dos mesmos circuitos do cérebro associados à paixão. Por isso, eu acredito que ela pode se tornar um vício muito poderoso."

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Nada melhor que se sentir apaixonado, desde que seja naturalmente e não pelo vício. Fora essa questão da paixão, eu também não entendo essa necessidade do “eu te amo”, que o torna totalmente banal. Será um vazio? Uma busca de si mesmo? Carência? Tem uma menina no meu orkut que disse que me ama. Com tanto amor pra dar, seria ela a filha de Maria, irmã de Jesus? Nunca a vi, mas ela me ama. Não me lembro o nome dela, é algo do tipo - laURinHAh S2 mIGúXa - Que demais, nem sei o nome dela, mas ela me ama! Eu não respondi o scrap, mas acho que ela ainda me ama.

Todos buscamos um amor de verdade. E claro, nessa procura, iremos nos relacionar com pessoas que não têm muito a ver com a gente, essa é a busca. Mas algumas pessoas pensam que o amor é como um bebê de proveta. Você escolhe a cor da sua amada, a altura, o tipo de cabelo, cor dos olhos e... Pronto! Agora basta amá-la e ser feliz pra sempre com a sua família linda e feliz, tipo propaganda de margarina! Eu enxergo nisso tudo uma tristeza disfarçada de bem-estar, de paz. Vamos sempre nos permitir, mas antes, vamos nos conhecer e lidar com o que temos de melhor e de pior, pra que não nos tornemos velhinhos gagás brincando de procurar eternamente o amor da nossa vida.

"Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o quantas vezes julgar necessário... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração, um amor de verdade? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário esse caminho não possui importância alguma, apenas faz de você um pobre e vazio mortal."

Bjs e Abs

EM